É para mim uma grande honra, e ao mesmo tempo uma grande responsabilidade, presidir à Conferência dos Presidentes das Regiões Ultraperiféricas num momento particularmente complexo em que, aos problemas estruturais que os nossos cidadãos enfrentam, se vêm juntar também os decorrentes de um contexto de lenta recuperação económica pós pandemia e as novas ameaças globais que mancham com incerteza as perspetivas de crescimento e desenvolvimento socioeconómico.
Neste contexto, as RUP representam, como nenhuma outra região, a diversidade no cadinho da União Europeia, com uma clara vocação pró-europeia apesar de terem de enfrentar importantes constrangimentos impostos pela geografia que determinam a política e as regras aplicáveis nas nossas regiões.
A nossa pertença à Europa baseia-se num princípio inalienável da construção europeia: a solidariedade. Solidariedade entendida num sentido amplo, não só como expressão de empatia face às adversidades dos outros, mas também de co-responsabilidade.Assumo esta responsabilidade com um sentimento de profundo compromisso com a ultraperiferia, com a valorização dos nossos procedimentos de concertação interna, com o diálogo reforçado com a Comissão Europeia e com os nossos Eurodeputados, e com absoluta lealdade para com os nossos Estados.
Tomo o testemunho dos meus antecessores da Martinica e dos Açores para a prossecução do seu trabalho para as nossas regiões, centrado na implementação da nova estratégia para as RUP e na sua evolução no quadro geral da reflexão sobre o futuro da Europa. Devemos concretizar objetivos e prioridades, desenvolver elementos de justificação para as nossas solicitações e encontrar os apoios necessários para garantir a nossa saída da crise e o regresso a um caminho de crescimento económico e de recuperação social para as nossas regiões.
Durante este ano, procurarei manter e consolidar o impulso político comum para assegurar que a história da ultraperiferia continue a ser uma história de sucesso sem precedentes de ação política em prol dos cinco milhões de europeus que vivem nestes territórios remotos e isolados.
Ángel Víctor Torres
Presidente das Ilhas Canárias
